Janeiro Roxo: Mobilização em Jaboatão dos Guararapes um esforço no combate à hanseníase
O Janeiro Roxo é o mês dedicado à conscientização sobre a hanseníase, uma doença curável, mas ainda cercada de mitos, preconceitos e desafios. A campanha tem como objetivo principal levar informação, sensibilizar a sociedade e reforçar a importância do diagnóstico precoce e do tratamento disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

No dia 9 de janeiro, a Unidade de Saúde da Família Curado 2.1 , localizada na Regional III, em Jaboatão dos Guararapes (PE), foi palco de uma importante ação de mobilização por Janeiro Roxo. O evento contou com a presença de lideranças do Movimento Nacional das Doenças Negligenciadas (MNDN) , do Morhan Jaboatão e da Rede Universitária de Enfrentamento à Hanseníase (Rede Hans/PE) .
Como representantes Pollyane Medeiros , coordenadora do Morhan Jaboatão, diretora de comunicação da Rede Hans/PE e integrante do Movimento Nacional Das Doenças Negligenciadas e Stephannie Medeiros , vice-coordenadora do Morhan Jaboatão e também membro ativo da Rede Hans/PE, participou ativamente da ação , que envolve palestras educativas, atividades culturais e atendimento à comunidade.
Ações de conscientização e combate ao estigma
A programação começou com as boas-vindas da enfermeira da unidade, Danielly Estevão Gonçalves Lira , que destacou o papel fundamental da equipe de saúde no enfrentamento à hanseníase. Em seguida, Pollyane Medeiros deu uma palestra esclarecedora, compartilhando sua própria experiência com o diagnóstico da hanseníase, sinais e sintomas da doença, e a importância de combater o preconceito que ainda afeta as pessoas afetadas e seus familiares.

“O estigma associado à hanseníase é um dos maiores desafios que enfrentamos. Levar informação de qualidade às comunidades é essencial para desmistificar a doença e garantir que todos tenham acesso ao tratamento e ao acolhimento necessários. Esse é o nosso propósito no MNDN e em todas as ações do Janeiro Roxo”, afirmou Pollyane.
O médico Márcio M. Cordeiro de Lemos reforçou a importância do diagnóstico precoce e do tratamento, destacando que o medicamento para hanseníase é gratuito e está disponível exclusivamente nas unidades do SUS. Ele também ressaltou o papel do SUS como pilar fundamental na luta contra doenças negligenciadas no Brasil.

A programação incluiu ainda uma encenação do Teatro ArtSUS , que utilizou a arte como ferramenta para sensibilizar a comunidade sobre a hanseníase, seus sintomas e formas de prevenção. No encerramento, os participantes realizaram aferição de pressão e glicose, e aqueles que apresentaram sintomas ou manchas suspeitas passaram por avaliação médica imediata.
Hanseníase no Brasil: Um desafio persistente
De acordo com o Painel de Monitoramento de Indicadores de Hanseníase no Brasil , divulgado pelo Ministério da Saúde, quase 20 mil novos casos de hanseníase foram registrados no país entre janeiro e novembro de 2023. A Região Nordeste lidera os números, com 7.779 registros, evidenciando a necessidade de intensificar as ações de conscientização e atendimento em áreas vulneráveis.
A hanseníase é causada pela bactéria Mycobacterium leprae e pode provocar danos neurais irreversíveis se não tratados. Entre os principais sintomas estão manchas na pele com perda de sensibilidade, formigamento e dormência, além de fraqueza muscular. A transmissão ocorre por meio de contato prolongado com uma pessoa infectada e sem tratamento, geralmente pelo ar, por meio de tosse, espirro ou fala.
Apesar de curável, a hanseníase ainda é acompanhada de preconceito e discriminação, o que muitas vezes impede os pacientes de procurarem ajuda médica. Para combater esse cenário, o SUS oferece tratamento gratuito por meio da Poliquimioterapia Única (PQT-U), que combina três medicamentos antimicrobianos.
Janeiro Roxo: Um movimento por informação e inclusão
Este é o terceiro ano consecutivo em que Pollyane Medeiros participa das ações do Janeiro Roxo na USF Curado 2.1. Ela destaca a união e o engajamento da equipe local como fatores essenciais para o sucesso das atividades. “Cada palestra, cada diálogo e cada exame realizado aqui têm um impacto real na vida das pessoas. Essas ações são uma base para construirmos uma sociedade mais informada, acolhedora e livre do preconceito contra a hanseníase”, declarou.
A iniciativa reflete o compromisso do Movimento Nacional das Doenças Negligenciadas (MNDN) e de seus parceiros em promover a educação em saúde, garantir o acesso a serviços de qualidade e combater o estigma associado às doenças negligenciadas. A atuação em rede, envolvendo o Morhan , a Rede Hans/PE e outras organizações, fortalece a luta por direitos e inclusão social.

Sobre o MNDN
O Movimento Nacional das Doenças Negligenciadas é uma organização que atua na defesa dos direitos das pessoas afetadas por doenças negligenciadas no Brasil. Por meio de ações de advocacia, mobilização social e parcerias estratégicas, o MNDN busca promover políticas públicas inclusivas, ampliar o acesso à saúde e reduzir as desigualdades que afetam a população mais vulnerável.
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Pollyane Medeiros
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