Movimento Nacional das Doenças Negligenciadas Participa do 1º Fórum da Rede Hans PE no Janeiro Roxo

1º Fórum da Rede Hans PE no Janeiro Roxo

O Movimento Nacional das Doenças Negligenciadas (MNDN) marcou presença no 1º Fórum da Rede Hans PE, realizado em janeiro de 2025, como parte das ações do Janeiro Roxo, mês dedicado à conscientização sobre a hanseníase. O evento reuniu especialistas, acadêmicos, representantes de movimentos sociais e gestores públicos em torno do tema: “Hanseníase: estratégias para prevenção, tratamento e diagnóstico precoce”.

Este fórum não foi apenas um espaço técnico, mas também um palco para a participação social e o fortalecimento das vozes das populações afetadas. Como enfatizado pelo MNDN, a luta contra as doenças negligenciadas é uma luta por direitos humanos, por dignidade e por equidade no acesso à saúde.


Uma Programação Voltada à Conscientização e ao Conhecimento

Com uma agenda ampla e diversificada, o evento contou com cursos, mesas-redondas e debates voltados para a educação, a inovação e o fortalecimento de estratégias para enfrentar a hanseníase. Destaques da programação:

  • Curso: Manejo Clínico em Hanseníase, ministrado pela Profa. Dra. Clodis Maria Tavares, que abordou práticas atualizadas no tratamento da doença.
  • Avaliação Dermatoneurológica, conduzida pela Prof. MSc. Fabiana Amorim, focada no diagnóstico precoce.
  • Mesa-Redonda sobre Hanseníase e Doenças Negligenciadas, que destacou a necessidade de integrar essas temáticas na graduação e na pós-graduação.
  • Discussão sobre telemedicina e telessaúde como ferramentas para ampliar o alcance do manejo clínico e da prevenção, apresentada pela Profa. Dra. Cristine Gusmão.

Além disso, o fórum promoveu debates sobre o perfil epidemiológico da hanseníase em diferentes estados, com dados apresentados por especialistas como a Profa. MSc. Closeny Maria Soares Modesto, que trouxe um panorama da situação no Mato Grosso.


Marta Francisco, organizadora do evento e representante da Rede Hans PE, destacou em entrevista ao MNDN a importância da participação social no enfrentamento das doenças negligenciadas:

“A participação social é fundamental porque, muitas vezes, é a partir das pessoas afetadas que surgem as lutas por melhorias. Amigos, familiares e comunidades se unem para transformar realidades, exigir dignidade e garantir que o sistema de saúde atenda a todos de forma justa.”

Pollyane Medeiros, também entrevistada pelo MNDN, reforçou o papel das universidades na formação de profissionais mais preparados:

“Precisamos humanizar e sensibilizar os profissionais de saúde. Muitos pacientes reclamam de médicos que nem os olham nos olhos. A formação acadêmica precisa incluir mais conteúdos sobre doenças negligenciadas, para mudar essa realidade.”

Já o presidente do MNDN, João Victor Pacheco Fos Kersul de Carvalho, apontou a importância da educação em saúde nas escolas:

“A conscientização deve começar cedo. Educar crianças e jovens sobre hanseníase e outras doenças negligenciadas é um passo crucial para combater o preconceito e promover a inclusão social.”


Durante a entrevista o MNDN reafirmou seu compromisso com a luta por melhorias nas políticas públicas e destacou o recente envio de um ofício à Ministra da Saúde, Nísia Trindade, cobrando respostas sobre as demandas apresentadas ao longo das edições do Fórum Social Brasileiro de Enfrentamento das Doenças Infecciosas e Negligenciadas (FSBEIN).

O documento, que reforça as proposições do Manifesto Reivindicatório da Carta de São Paulo (2024), solicitou esclarecimentos sobre:

  • Demandas atendidas: Quais avanços já foram alcançados nas políticas públicas de enfrentamento às doenças negligenciadas.
  • Demandas em andamento: Medidas planejadas e prazos previstos para implementação.
  • Demandas não atendidas: Justificativas para ações que ainda não foram realizadas.

O ofício também destacou a necessidade de auditorias nos preços de medicamentos de alto custo, investimentos em educação em saúde e o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) como pilares fundamentais para combater as desigualdades.


Educação em Saúde: Um Pilar para a Transformação

Durante o fórum, um dos grandes temas abordados foi a ampliação da educação em saúde como estratégia para conscientizar comunidades e reduzir o estigma.
Entre as ações propostas estão:

  • Incorporar a temática das doenças negligenciadas nos currículos escolares, sensibilizando jovens desde cedo.
  • Capacitar professores e agentes comunitários de saúde para disseminar conhecimento em suas comunidades.
  • Promover rodas de conversa em escolas e centros de saúde, conectando pacientes, profissionais e movimentos sociais para desmistificar a hanseníase.

Janeiro Roxo: Um Mês de Conscientização e Ação

O Janeiro Roxo é uma oportunidade para mobilizar a sociedade e chamar atenção para os desafios enfrentados por pessoas com hanseníase. A hanseníase é uma doença curável, mas ainda sofre com diagnóstico tardio, preconceito e desigualdades no acesso ao tratamento.

Para o MNDN, o combate à hanseníase é uma luta por dignidade e direitos humanos. Como afirmou João Victor:

“A hanseníase não é apenas uma questão médica. É uma questão de justiça social. Não podemos descansar enquanto milhares de brasileiros continuam enfrentando essa realidade desafiadora.”


📢 Participe dessa luta e ajude a transformar vidas!

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