Formação Política em Saúde: MNDN Pauta Desigualdades e Doenças Negligenciadas em Aula da UNEMAT em Cuiabá

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Cuiabá (MT), 12 de maio de 2025 – O Movimento Nacional das Doenças Negligenciadas (MNDN), representado por João Victor Pacheco Fos Kersul de Carvalho, participou como palestrante da Aula-Campo do curso de Enfermagem da UNEMAT, realizada no Escritório da Universidade em Cuiabá. A atividade foi promovida pela disciplina “Bases sociais, antropológicas e filosóficas” e reuniu estudantes do primeiro semestre para discutir os determinantes sociais da saúde e o papel transformador da universidade pública.


✊🏽 Um chamado ao compromisso social

Durante sua fala, João Victor destacou a importância de formar profissionais de saúde com uma escuta ampliada, sensíveis às realidades dos territórios e com compromisso social:

“As doenças negligenciadas não são apenas biológicas — elas são sociais, políticas e ambientais. Elas brotam onde o saneamento falta, onde o racismo opera, onde a exclusão territorial silencia vozes. É nesse contexto que se forma a próxima geração de cuidadores. É preciso consciência crítica desde a base.”

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✊🏽 Closeny Soares contribui com debate sobre hanseníase

Também participou da atividade a liderança estadual do MNDN, Closeny Soares, que colaborou diretamente no debate sobre a hanseníase, trazendo reflexões sobre o estigma histórico, os desafios de acesso ao diagnóstico precoce e a necessidade de ampliar o acolhimento nas redes básicas de saúde. Sua presença reforçou o compromisso do movimento com a escuta ativa, a memória dos afetados e a centralidade da experiência vivida como parte da formação crítica em saúde.


📢 Controle social e formação cidadã

O MNDN reforçou que falar com estudantes do primeiro semestre da saúde é uma estratégia de longo prazo: plantar hoje a consciência que florescerá em práticas mais humanas, inclusivas e comunitárias nos próximos anos.

“Investir na formação política e ética dos futuros profissionais é garantir que o SUS siga sendo universal, gratuito e participativo. É assim que fortalecemos o controle social de verdade: começando na sala de aula.”

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🚨 Mato Grosso em alerta: a realidade das doenças negligenciadas

O MNDN apresentou dados recentes que escancaram o cenário de vulnerabilidade em Mato Grosso:

  • Hanseníase: O estado liderou o ranking nacional de detecção entre janeiro e novembro de 2023, com 3.927 novos casos, segundo o Ministério da Saúde.
  • Leishmaniose: Entre 2019 e 2024, foram registrados 67 casos, com letalidade de 66% em 2024, a maior dos últimos cinco anos. Mato Grosso responde por 30,4% dos casos de leishmaniose em povos indígenas no país.
  • Malária: Em 2024, o estado teve 1.590 casos e 3 óbitos confirmados.

Dados do Censo 2022 mostram ainda que:

  • 1,2 milhão de pessoas vivem sem coleta de esgoto;
  • 300 mil não têm coleta de lixo;
  • 180 mil vivem sem acesso à água tratada;
  • 33 mil não têm banheiro em casa.
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⚠️ Falta de Profissionais compromete a resposta à doença no estado

Apesar de liderar os índices nacionais de hanseníase, o estado de Mato Grosso enfrenta uma grave deficiência na presença de médicos hansenólogos em sua rede de saúde pública. Em diversos municípios, o diagnóstico e o tratamento adequado são dificultados pela falta de profissionais capacitados, o que compromete a detecção precoce, o controle da transmissão e o acolhimento das pessoas afetadas.

Essa lacuna afeta diretamente a qualidade do cuidado, sobrecarrega a atenção básica e perpetua o ciclo de exclusão e estigmatização, especialmente nas regiões mais afastadas dos centros urbanos.

“Com Poucos médicos capacitados, não há diagnóstico. Sem diagnóstico, não há cura. Sem cura, segue o sofrimento invisibilizado. Precisamos de políticas que formem, contratem e fixem hansenólogos nos territórios onde a doença é mais cruel.” — reforçou o MNDN.


🌿 Um SUS com rosto popular: o que defendemos

A presença do MNDN na formação de futuros profissionais da saúde reforça os eixos estratégicos do movimento, sistematizados no seu Caderno de Propostas:

  • Inclusão das doenças negligenciadas no orçamento público;
  • Sala de Espera como espaço de educação e acolhimento nas Unidades de Saúde;
  • Campanhas populares de conscientização com linguagem acessível;
  • Formação e valorização de profissionais da saúde, com foco em hanseníase e doenças tropicais;
  • Parcerias com universidades, serviços públicos e movimentos sociais.

Essas propostas visam transformar o cuidado em saúde nas regiões historicamente excluídas, com uma abordagem intersetorial, educativa e centrada nas pessoas.


🤝 Reconhecimento institucional

A participação do MNDN foi formalizada por meio de ofício e declaração assinados pela coordenação da UNEMAT. A ação foi articulada pelo Campus Universitário Francisco Ferreira Mendes (Diamantino) em parceria com a Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia, reforçando o papel das instituições públicas na construção de uma educação crítica e socialmente engajada.


🌐 Sobre o MNDN

O Movimento Nacional das Doenças Negligenciadas é uma articulação nacional composta por lideranças afetadas, ativistas, profissionais de saúde, pesquisadores e usuários do SUS. Com atuação em todos os estados brasileiros, o movimento luta por visibilidade, enfrentamento e erradicação das doenças negligenciadas, promovendo o controle social, a justiça sanitária e a soberania popular em saúde.

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