Movimento Nacional das Doenças Negligenciadas reforça protagonismo social em audiência pública na Assembleia Legislativa de Mato Grosso

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🧪 Epidemia Invisível: Doenças Negligenciadas e Arboviroses Avançam em Mato Grosso

Movimento Nacional cobra ação imediata em audiência na Assembleia Legislativa

O Movimento Nacional das Doenças Negligenciadas (MNDN) reafirmou seu compromisso com a saúde pública e a justiça social durante audiência pública realizada na Assembleia Legislativa de Mato Grosso. O evento destacou a urgência de ações concretas para o enfrentamento das doenças negligenciadas, que ainda afetam milhões de brasileiros, especialmente em regiões tropicais como o estado de Mato Grosso.

📍 A realidade das doenças negligenciadas em Mato Grosso

Mato Grosso apresenta indicadores preocupantes. O estado lidera os casos de hanseníase na região Centro-Oeste, com mais de 63 mil casos registrados entre 1999 e 2018. Estudos da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) apontam mais de 20 mil casos de malária em uma década, concentrados em municípios como Colniza, Aripuanã e Pontes e Lacerda. O avanço da pecuária em áreas de floresta tem contribuído para a propagação da leishmaniose cutânea, evidenciando a relação entre saúde e uso do solo.

Dados do Censo Demográfico de 2022 revelam que cerca de 1,2 milhão de mato-grossenses vivem sem coleta de esgoto, mais de 300 mil sem coleta de lixo, 180 mil sem acesso à água tratada e 33 mil sem banheiro em casa. Essas condições precárias facilitam a propagação de doenças negligenciadas e arboviroses.

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🦟 Arboviroses: Um alerta crescente

As arboviroses, como dengue, zika e chikungunya, transmitidas por mosquitos, continuam sendo uma grande ameaça à saúde pública. A zika, em especial, representa alto risco para gestantes, podendo causar microcefalia e outras malformações congênitas. A ausência de saneamento básico, coleta de lixo regular e água potável impulsiona a proliferação desses vetores, especialmente em áreas urbanas periféricas.

🇧🇷 Brasil Saudável: uma estratégia nacional e intersetorial

O Programa Brasil Saudável, instituído pelo Decreto nº 11.908 de 6 de fevereiro de 2024, é uma iniciativa do Governo Federal coordenada pelo Ministério da Saúde, com participação de 13 outros ministérios e parceiros estratégicos. A proposta visa eliminar doenças determinadas socialmente até 2030 por meio de ações integradas nas áreas de saúde, educação, saneamento, meio ambiente e desenvolvimento social.

As diretrizes incluem:

  • Enfrentamento da fome e da pobreza
  • Redução das iniquidades
  • Promoção da ciência, tecnologia e inovação
  • Qualificação da comunicação social
  • Ampliação da infraestrutura e do saneamento básico e ambiental
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O papel do Movimento Nacional das Doenças Negligenciadas

O MNDN tem atuado de forma ativa na implementação do programa Brasil Saudável em diversos territórios, incluindo Mato Grosso. Por meio de oficinas de macroplanejamento, escutas comunitárias e fortalecimento de lideranças locais, o movimento reforça a importância da participação social como base para políticas públicas eficazes.

Durante a audiência pública, o presidente do MNDN, João Vítor, fez uma fala firme e crítica, apontando com clareza a disparidade entre os esforços do governo federal e a postura do estado de Mato Grosso. Com palavras ponderadas, mas com uma mensagem direta e contundente, ele expôs a falta de compromisso efetivo com a saúde pública e com a realidade da população mais vulnerável:

“O governo federal está somando esforços. Mas o estado está medindo esforços. A diferença está aí.”

Ele destacou a ausência de respostas estruturadas, a falta de estratégia concreta e a desinformação sobre os dados mais recentes da saúde no estado. Ao apresentar os dados alarmantes do Censo, João pontuou:

“Estamos falando de fatores básicos do básico. E esses números não são narrativas; são realidade. Se vocês não conhecerem a realidade de Mato Grosso, não vão entender. E se não entenderem, não saberão como resolver. Tem que dizer e fazer.”

E finalizou com força:

“Eu não tenho o poder executivo e nem o legislativo de fazer leis ou executar. Tenho o poder do controle social. Estou aqui porque a diretriz do SUS e a Constituição garantem a participação da comunidade. Esse é o meu poder: trabalhar a consciência, traduzir a realidade da população e lutar.”

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📊 Dados alarmantes sobre doenças negligenciadas no Brasil

Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 1,7 bilhão de pessoas no mundo estão sob risco de contrair Doenças Tropicais Negligenciadas (DTNs), com cerca de 200 mil mortes por ano. No Brasil, aproximadamente 30 milhões de pessoas vivem em áreas de risco para essas doenças, que incluem hanseníase, doença de Chagas, leishmaniose, esquistossomose, entre outras .

Além disso, o país registra anualmente cerca de 152 mil casos de doenças negligenciadas, com destaque para a hanseníase e a esquistossomose, que continuam a apresentar mais de 20 mil casos por ano .

📈 Metas do Programa Brasil Saudável até 2030

O Programa Brasil Saudável está alinhado às metas da Agenda 2030 da ONU e visa eliminar ou reduzir como problemas de saúde pública 14 doenças e infecções socialmente determinadas. Entre as metas estabelecidas estão:

  • Eliminar a transmissão vertical de HIV, sífilis, hepatite B e doença de Chagas;
  • Reduzir em 90% a incidência de doenças como hanseníase, tuberculose e leishmaniose;
  • Ampliar o acesso a serviços de saneamento básico e água potável;
  • Fortalecer a vigilância epidemiológica e a capacidade de resposta a surtos .

🚨 Um chamado à ação

O MNDN conclama o Governo de Mato Grosso e os municípios a se comprometerem de forma efetiva com a implantação de políticas públicas que assegurem saúde, saneamento e dignidade à população. A eliminação das doenças negligenciadas é uma meta ambiciosa, mas alcançável com compromisso político, articulação intersetorial e protagonismo social.

O Movimento continuará mobilizado em todo o país, atuando como elo entre a sociedade civil e o poder público, e fortalecendo parcerias com instituições nacionais e internacionais para promover um Brasil mais justo, saudável e inclusivo.

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🎥 Assista agora: um alerta direto da tribuna da Assembleia Legislativa de Mato Grosso!

No vídeo exclusivo da audiência pública, João Vítor — presidente do Movimento Nacional das Doenças Negligenciadas — denuncia com firmeza o abandono histórico das populações afetadas por doenças como hanseníase, leishmaniose, malária e, agora, as crescentes arboviroses (dengue, zika e chikungunya).

Com dados, vivência e contundência, ele expõe a realidade de mais de 1 milhão de pessoas no estado que ainda vivem sem esgoto, água tratada ou coleta de lixo. Sua fala, crítica porém consciente, é um chamado ao despertar da sociedade e à responsabilidade do poder público.

👉 Clique no vídeo e entenda por que a epidemia não está só nos hospitais — está no silêncio e na omissão.
Compartilhe e fortaleça esse movimento por um Brasil verdadeiramente saudável.

6 respostas para “Movimento Nacional das Doenças Negligenciadas reforça protagonismo social em audiência pública na Assembleia Legislativa de Mato Grosso”

  1. Avatar de Mariana Silva
    Mariana Silva

    Excelente iniciativa! Essas estatísticas são chocantes, mas com a mobilização do MNDN acredito que vamos virar esse jogo.

  2. Avatar de Carlos Pereira
    Carlos Pereira

    É inadmissível ver tanta gente sem saneamento enquanto falamos tanto e fazemos tão pouco. Parabéns ao João Vítor e ao MNDN pela coragem! 👏🔥

  3. Avatar de Ana Costa
    Ana Costa

    Ver é diferente de enxergar. Essa frase ficou marcada na minha mente. Hora de agir de verdade por Cuiabá e todo MT! 🦟🚫

  4. Avatar de Rafael Oliveira
    Rafael Oliveira

    O MNDN mostra como o controle social faz diferença. Precisamos de mais vozes como essa na política! ✊🏽💚

  5. Avatar de Sofia Almeida
    Sofia Almeida

    Mutirões de limpeza, educação em saúde e saneamento básico já! Obrigada, MNDN, por dar voz aos esquecidos. 🙌💧

  6. Avatar de Ricardo Albuquerque
    Ricardo Albuquerque

    Governador Mauro Mendes e secretário Gilberto Figueiredo, vocês foram eleitos para governar com responsabilidade, mas se comportam como meros espectadores diante do colapso sanitário em Cuiabá. São 7.189 casos de chikungunya, 20 mortes confirmadas, enquanto 1,2 milhão de mato-grossenses vivem sem esgoto e saneamento básico. Vocês continuam estacionados em discursos burocráticos, sem coragem para enfrentar a raiz do problema: falta de infraestrutura, controle vetorial precário e a desatenção histórica às populações vulneráveis. É hora de sair do palanque e entrar nas ruas, nas favelas, nos bairros mais afetados
    porque ver dados em planilhas é muito diferente de enxergar vidas que se perdem todo dia. A população exige mais do que promessas: exige respostas concretas e imediatas!

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