Primeiro Ano Do Movimento Nacional

O Movimento Nacional das Doenças Negligenciadas em Um Ano Transformando Realidades

Neste mês, celebramos o primeiro ano do Movimento Nacional das Doenças Negligenciadas (MNDN), uma iniciativa que nasceu com o propósito de dar visibilidade a um tema muitas vezes ignorado e combater as desigualdades sociais que perpetuam essas enfermidades. Desde sua fundação, o movimento tem atuado em diferentes frentes, buscando não apenas soluções de saúde, mas também políticas públicas que tratem os determinantes sociais dessas doenças.

As doenças tropicais negligenciadas (DTNs), como hanseníase, leishmaniose, doença de Chagas e esquistossomose, afetam milhões de pessoas no Brasil e no mundo. Globalmente, cerca de 1,7 bilhão de pessoas são afetadas por essas enfermidades, resultando em aproximadamente 200 mil mortes anuais, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, 28,9 milhões de pessoas são expostas anualmente a essas doenças, que estão diretamente relacionadas à pobreza, à falta de saneamento básico e à exclusão social.

Conquistas do Primeiro Ano

Ao longo desse primeiro ano, o MNDN consolidou sua presença em importantes espaços de controle social e articulação política. Entre os destaques, está a participação ativa no Programa Brasil Saudável: Unir para Cuidar, instituído pelo Decreto nº 11.908, de fevereiro de 2024. Este programa pioneiro busca eliminar doenças determinadas socialmente, alinhando-se aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU e à iniciativa da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). As ações incluem:

    • Combate à fome e à pobreza para mitigar vulnerabilidades.

    • Ampliação do saneamento básico e da infraestrutura em comunidades carentes.

    • Promoção de direitos humanos e proteção social em territórios prioritários.

    • Incentivo à ciência, tecnologia e inovação.

Além disso, o movimento desempenhou um papel central no recém-criado Comitê de Uma Só Saúde, que adota uma abordagem integrada entre saúde humana, animal e ambiental, reconhecendo que as doenças negligenciadas são reflexos de problemas multissetoriais.

Fortalecimento de Lideranças e Participação Social

Outro marco importante foi a participação no Minicurso de Formação e Fortalecimento de Lideranças Acometidas por Doenças Socialmente Determinadas, realizado em setembro de 2024. O curso capacitou 40 lideranças de diferentes regiões do Brasil, representando nove doenças negligenciadas. O objetivo foi aprimorar as capacidades de advocacy e organização comunitária dessas lideranças, permitindo-lhes ocupar espaços de decisão e ampliar a luta por melhores condições de vida em seus territórios.

A formação resultou na redação de uma carta coletiva ao Ministério da Saúde, enfatizando a necessidade de continuidade de iniciativas como essa. Para João Victor Kersul, presidente do MNDN, ações como essa são cruciais: “Não adianta termos um sistema de saúde público robusto se as condições de vida ainda não garantem dignidade. Precisamos combater a raiz do problema.”

Participação Internacional e Mobilização Coletiva

O MNDN também marcou presença em eventos de relevância internacional, como na sede da OPAS em Brasília, onde reforçou a importância de parcerias globais para a erradicação das DTNs. Além disso, o movimento contribuiu com a elaboração de propostas apresentadas no 9º Fórum Social Brasileiro de Enfrentamento das Doenças Infecciosas e Negligenciadas, consolidando 15 medidas prioritárias que serão encaminhadas ao governo.

Desafios e Perspectivas Futuras

Apesar das conquistas, o movimento ainda enfrenta desafios como a invisibilidade das doenças negligenciadas, o estigma associado a elas e a resistência política em implementar ações de longo prazo. Contudo, o MNDN segue firme em sua missão de transformar realidades.

Entre os planos para o próximo ano, destacam-se:

    • A ampliação de campanhas de conscientização.

    • A busca por parcerias com novos setores da sociedade civil e da iniciativa privada.

    • A participação em instâncias internacionais para compartilhar experiências brasileiras e aprender com práticas de outros países.

Um Compromisso com o Futuro

Neste aniversário de um ano, o Movimento Nacional das Doenças Negligenciadas reafirma seu compromisso com a missão de erradicar essas enfermidades e construir uma sociedade mais justa e igualitária. Com ações que unem ciência, política e mobilização social, o MNDN segue como um exemplo de que é possível transformar realidades, mesmo diante dos desafios mais complexos.

A Arte como Forma de Ativismo

Embora o MNDN não tenha o poder de legislar ou executar políticas públicas, o movimento acredita firmemente no poder da amizade e do bom relacionamento, usando a arte como uma ferramenta poderosa de ativismo. Um exemplo disso é o poema que expressa as dificuldades enfrentadas pelas pessoas afetadas pelas doenças negligenciadas, usando a criatividade para sensibilizar e gerar reflexões.

Poema: “Doenças Negligenciadas, Aquelas Tão Faladas”

Doenças Negligenciadas, aquelas tão faladas
Há são as doenças negligenciadas aquelas que são tão faladas
Vejo poucos que fazem alguma coisa,
Muitos não fazem nada,
Mas mesmo assim os poucos que fazem, fazem uma
Diferença danada.
Dá trabalho, faz parte da escalada,
É o aprimoramento, abrimos fronteiras estamos
Passando,
Mas ninguém dianteira do lado, unindo forças e
Chamando para remar no mesmo barco.

(…)

O MNDN continua a usar a arte como forma de expressão, promovendo a conscientização e mobilizando a sociedade para a transformação dessas realidades.

ACOMPANHE AQUI A FALA DE NASCIMENTO DO MOVIMENTO NACIONAL

 

Nosso movimento busca inovação e também uma maneira de ter uma democracia melhorada, em que podemos participar e não apenas só consultar. Queremos participar, queremos construir desde o início! Temos consciência”, declarou João Victor.

Uma resposta para “Primeiro Ano Do Movimento Nacional”

  1. Avatar de Bartolomeu Luiz de Aquino
    Bartolomeu Luiz de Aquino

    Excelente atuação!

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